quarta-feira, 6 de maio de 2009

Oh meu deus...

Que director?

"aquele"??


Conta-me tudo, caramba!!!

L'amour

No outro dia, quis explicar a alguém que quando se gosta, quando se ama, não se deixa a outra pessoa ir embora. Que se tem a sensação de que "ainda não acabei de te amar". Quis eu dizer isso a alguém que queria que tivesse lutado por mim, e, cheia de medo da palavra "amor" substitui-a pela palavra gostar. Posto isto, fiquei com uma frase do tipo "ainda não acabei de te gostar". O poder da expressão ficou nas urtigas e ele não entendeu.

Estava eu a pensar que a palavra Amor é como a palavra "cancro", dizemo-la a brincar (sim, piadas de mau gosto) e dizemo-la "en passant" mas só a usamos a sério quando temos a certeza (dada pelo médico oncologista inscrito na ordem dos médicos) que é essa a "doença" que temos.

Repara, minha querida, digo todos os dias que "amo aquela miúda", e "Amo aqueles sapatos" mas nunca fui capaz de usar essa palavra para o homem da minha vida, esperando sempre algo mais que me comprovasse que sim, estava condenada...

devia assumir a doença sem medo do nome sem sentir me uma condenada...

de Carolina para Madalena (mail #11)

Tou te a escrever do telemovel. O Manel e tao dependente de mim que mesmo dizendo que tinha combinado cafe contigo, quis almocar fora. Ja nao aguento essa relacao siamesa. Falta de ar. Bom... Duas e meia e tou na Brasileira.

de Carolina para Madalena (mail #10)

Olá,

esquece por favor a história do director, até me envergonho disso. Apaga o mail e finge que essa conversa não existiu.

Olha, esquece também o nosso almoço, que não posso sair de casa, tenho a Teresinha com varicela.

va, beijos

Carolina

terça-feira, 5 de maio de 2009

de Carolina para Madelena (mail #9)

Madalena,

Nem sei como te dizer isto, não quero ser mal-entendida, tu és a unica pessoa que não me vai entender mal.

Não sei o que fazer, tu sabes que eu adoro o Manel, que temos tido uma vida tranquila. Mas a porra do director não me deixa em paz, e as conversas estão cada vez com mais segundos sentidos, nada de cama, mas sabes?! Aquilo que fica no ar.

Diz-me, não valho nada, pois não?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

de Carolina para Madalena (mail #8)

Os sentimentos

Querida Madalena,

Não sei escrever de sentimentos, às vezes até me acho incapaz de pensar em sentimentos (hoje é um desses dias). Não sei se é da cabeça cheia de outras coisas, de coisas bonitas e de frustações, de desejos e festejos e de barulho, barulho como a estática do rádio, sabes?

Gostava de escrever sobre sentimentos. Hoje não consigo. Demasiado barulho, acho eu.

Um beijinho, minha querida.

Falamos à tarde.

(Sou tão parva, eu. Estou calada porque tinha tanta coisa para te dizer e tenho tanto medo de te fazer mal.)

Outro beijinho

Carolina

A PRENDA

Há uma paz quando ofereces uma prenda e a criança sorri e diz "era mesmo isso que eu queria". Mesmo que, anos depois, a prenda esteja no lixo ou no lar de crianças abandonadas, o ar que se faz "e quando me ofereceste AQUELA prenda" diz tudo.

O amor, a paixão, a entrega, seja o que for, quando dado, dá um conforto quando reconhecido (atenção não é retribuído, é reconhecido). Saberes que o dinheiro gasto não foi mal gasto. Que o esforço, a dedicação, a entrega não foram em vão. Acalma a alma.

Foi isto que aconteceu hoje.

(E pára de me tratar como deficiente emocional. Estou quietinha no meu canto. Nada mudou... nada)