quarta-feira, 6 de maio de 2009

L'amour

No outro dia, quis explicar a alguém que quando se gosta, quando se ama, não se deixa a outra pessoa ir embora. Que se tem a sensação de que "ainda não acabei de te amar". Quis eu dizer isso a alguém que queria que tivesse lutado por mim, e, cheia de medo da palavra "amor" substitui-a pela palavra gostar. Posto isto, fiquei com uma frase do tipo "ainda não acabei de te gostar". O poder da expressão ficou nas urtigas e ele não entendeu.

Estava eu a pensar que a palavra Amor é como a palavra "cancro", dizemo-la a brincar (sim, piadas de mau gosto) e dizemo-la "en passant" mas só a usamos a sério quando temos a certeza (dada pelo médico oncologista inscrito na ordem dos médicos) que é essa a "doença" que temos.

Repara, minha querida, digo todos os dias que "amo aquela miúda", e "Amo aqueles sapatos" mas nunca fui capaz de usar essa palavra para o homem da minha vida, esperando sempre algo mais que me comprovasse que sim, estava condenada...

devia assumir a doença sem medo do nome sem sentir me uma condenada...

1 comentário:

  1. Isso faz-me lembrar um episódio das Gilmore Girls que vi hoje ao almoço, em que a Lorelai dizia à filha que adorava que ela lhe tivesse herdado os olhos e o gosto por café e na música, mas que esperava que não lhe tivesse herdado a incapacidade de dizer a alguém que amava.

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